Em carta, você me perguntou pela felicidade, mas preciso, em resposta, escrever sobre o sofrimento. Talvez eu os veja como interdependentes, como componentes simbióticos de um sonho coletivo. Isso que convencionamos chamar de realidade. Uma ilusão. Uma desilusão. O que mais poderia nos livrar do sofrimento se não a percepção do mesmo como parte integrante de um círculo natural ao ser humano? Sofremos por estamos vivos. Nossa outra opção seria não sofrer, ou seja, não mais viver – a vida em sua plena intensidade de jogo de forças que se sobrepõem, a todo instante, a nós. Portanto, cabe-nos constantemente reinventarmos o sentido da vida, já que o mesmo não se encontra dado, descobrirmos valores que justifiquem o sofrimento, o entendimento deste como um momento não definitivo, mas fundamental para o crescimento, para uma completa expansão no mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário