de 1950

“Se você encostar em mim, sinto que não irei agüentar. Não irei suportar sentir seu toque fugaz e... Preciso dessa mínima distância para poder respirar meu próprio ar, alimentar-me de luz nascida do meu mais íntimo. Meu vício de você não fora algo que eu previra; quando percebi, já estava dada essa entrega sem amarras nem placas ou sinalização. As ruas túneis difusos, vielas bifurcadas de fluxos e confluxos de vocabulários próprios e distanciados do todo. Eu tenho bocas, mas não tenho a posse do eu, nem mesmo a voz da negação. Tenho veias, frutas secas e tinteiros, tenho vãos despertencidos borrões de loucuras sólidas razões imaculadas e putas. Colho os sonhos que você me deu. Os corpos, os corvos.”

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