Última carta ou Carta-profética

– Introdução

Sinto que essa é a última carta que envio a você. Não uma despedida no sentido de que pretendo me mudar, mas é que há muito mana aqui e talvez não seja suportável tamanha leveza, tamanho esvaziamento e partilha. Lidar com o outro é lidar com o imprevisível que também nos habita. Tudo para mim parece despedida, nunca me acostumei a algo que não fosse efêmero e independente do meu querer. E acho que amizade é assim, não é? Cometemos pequenos erros que podem ser os maiores tropeços já cometidos sem nem ao menos nos darmos conta de que ferimos o outro sem nos darmos conta, pois não era essa a intenção, não foi por maldade: simplesmente não sabíamos.
Escrito em 15/07

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