polpa, um poema

a Viviane Mosé

o sal que põe em minha boca
tem gosto adocicado,
febrífugo para feridas
em processo de cicatrização.

minhas veias dançam
meu corpo envolve
minhas mãos

arraigadas no solo
que um dia há de acolher
o descanso do que fui.

invento nomes, semeio sonhos,
rugas em processo de gestação
infinitamente amanhecendo

sobre o deserto que me veste
sarei minhas despedidas
ao te receber
sarei o meu abandono

no abraço de um corpo plantado
na pulsação de horas
a conceber vidas e mortes. em ciclos.

dentro do meu peito
flui um rio de águas claras.

Um comentário:

biakxu disse...

Um poema que mais parece uma dança...