Deu vontade de escrever, então escrevo. Deu saudades desse lugar, ou melhor, desse projeto de lugar-diálogo que já nasceu fadado ao fracasso. Hoje li uma coisa muito interessante no Facebook de uma conhecida que diz o seguinte: "Se eu guardei o que sinto em silêncio, pode ter sido por duas razões: ou porque eu sabia que ninguém se importaria, ou porque eu tinha certeza de que ninguém me entenderia.".
Penso que seja por aí... A verdade é que depois que aprendi a ouvir e a me interessar pelo que as pessoas dizem, nunca mais tive muito tempo para me preocupar com o “eu” do diálogo, com a minha parte nesse movimento de ir-e-vir, então acabo sempre por participar de um monólogo – o que me torna sempre uma companhia bem vista, acredito.
Quando mergulhei na literatura com mais afinco, lá pelos idos do fim da infância e começo da adolescência, acabei por acreditar que tudo o que eu sentia e poderia dizer já havia sido feito e que a prova estava justamente ali, nos romances e poemas que eu devorava a cada instante (pelas madrugadas em claro ou durante as aulas que eu não gostava) e que citava aos montes em trechos nas minhas falas ao longo das conversas com os amigos como se fosse o melhor que eu poderia fazer para participar, de alguma forma, um pouquinho do bate-papo.
Até hoje esse habito me acompanha, de certa forma, só que agora mentalmente. Quando estou em determinadas conversas e algo é dito, sempre ocorre da minha memória suscitar algum verso, alguma estrofe, parte de alguma música/poema/romance/livro que li. A fonte eu nunca lembro direito, sou capaz de confundir autores e obras por simples desatenção, não sacralizo autores ou obras, apenas as leio e me permito ser invadido por elas, ou não.
Dizer que agora essas coisas se tornaram mentais e silenciosas não significa dizer que tenho conseguido dialogar, somente significa dizer que não tenho citado mais, significa dizer que nem isso mais eu tenho tentado fazer. Tenho evitado até mesmo a tentativa de diálogo que se dava dessa forma. Dá um cansaço só de imaginar o desgaste que é discordar e ter de estruturar a discordância em palavras. Principalmente quando sabemos que tudo o que dizermos, por mais compreensível que possa ser, será questionado porque, no fim, as pessoas não vão querer aceitar que podem estar erradas ou que as coisas podem ter outros pontos de vista que também podem ser legítimos, sem que isso anule os seus próprios pontos de vista. Também pode haver um pouco de pretensão nessa minha atitude, confesso, de pensar que ninguém entende. Claro, não é possível entendermos algo que não foi explicado, sequer dito. É esperar pelo impossível...
Além disso, continuo com a impressão de que ninguém tá muito interessado em me ouvir, em te ouvir, somente em falar e ser ouvido. Não acho que eu seja lá muito interessante, o ou que eu possa dizer, e me canso muito facilmente quando percebo que estou falando demais, quando começo a ouvir minha própria voz enquanto falo. Pode ser que eu nunca tenha encontrado pessoas que achem o que eu falo interessante, a minha opinião relevante – ou demonstrem que elas são! – e o que falo (ou teria para falar) só pode vir do que eu vejo, do que eu leio, do que eu sinto...
Anyway... Estou com meu horário biológico todo atravessado. Não consigo dormir quando deveria (?) ou acordar no horário considerado normal (??). Meu colega aqui da república disse que eu entro em depressão nas férias/fim do ano porque minha vida gira em torno da faculdade. É bem verdade isso, não sei se quero ou poderia negar. Pois mesmo os amigos são, em suma maioria, oriundos da faculdade e, logo, saem da cidade quando de férias – muitos sequer são daqui ou se mudaram para cá devido os estudos na faculdade, como eu o fiz. E confesso que eu mesmo já teria saído da cidade se eu não estivesse trabalhando nessas férias por aqui. Mas acho que é mais do que isso, acho que é da rotina que mais sinto falta; da única rotina que sempre me acompanhou pela vida toda: a rotina “escolar”.
Eu, que há alguns posts atrás pedia por férias, não vejo a hora de ela acabar! Férias deveriam ser bimensais: a cada dois meses, uma semana de férias ou quinze dias, ou algo do tipo. Tenho uma montanha de textos para ler para escrever um projeto e um artigo, mas não encontro disposição; só funciono na pressão, com datas, prazos e cobranças. Senão... Faço como tenho feito: pego um livro de romance e leio duas páginas até pegar outro e ler somente a introdução e misturar com um artigo acadêmico que achei sem querer pela internet e que também não termino... Aí fico a navegar pela internet nessa péssima conexão que é a minha no momento, ouvindo músicas armazenadas no computador que nunca ouvi por excesso do que fazer, entrando no Facebook pelas madrugadas afora, enfim, louco de carência e solidão, desejando um diálogo que seja.
De bom, só o fato de que meu ano de 2011 foi inacreditavelmente incrível e que meu fim de ano tem sido menos doloroso do que costuma ser; tenho conseguido não me sentir tão mal como de costume nessa época. Tenho levado os dias até que razoavelmente bem. Claro, têm momentos em que caio num abismo – ou que acordo mergulhado nele! –, mas tem sido incrível como tenho conseguido me sair até que bem dele e prosseguido...
Penso que seja por aí... A verdade é que depois que aprendi a ouvir e a me interessar pelo que as pessoas dizem, nunca mais tive muito tempo para me preocupar com o “eu” do diálogo, com a minha parte nesse movimento de ir-e-vir, então acabo sempre por participar de um monólogo – o que me torna sempre uma companhia bem vista, acredito.
Quando mergulhei na literatura com mais afinco, lá pelos idos do fim da infância e começo da adolescência, acabei por acreditar que tudo o que eu sentia e poderia dizer já havia sido feito e que a prova estava justamente ali, nos romances e poemas que eu devorava a cada instante (pelas madrugadas em claro ou durante as aulas que eu não gostava) e que citava aos montes em trechos nas minhas falas ao longo das conversas com os amigos como se fosse o melhor que eu poderia fazer para participar, de alguma forma, um pouquinho do bate-papo.
Até hoje esse habito me acompanha, de certa forma, só que agora mentalmente. Quando estou em determinadas conversas e algo é dito, sempre ocorre da minha memória suscitar algum verso, alguma estrofe, parte de alguma música/poema/romance/livro que li. A fonte eu nunca lembro direito, sou capaz de confundir autores e obras por simples desatenção, não sacralizo autores ou obras, apenas as leio e me permito ser invadido por elas, ou não.
Dizer que agora essas coisas se tornaram mentais e silenciosas não significa dizer que tenho conseguido dialogar, somente significa dizer que não tenho citado mais, significa dizer que nem isso mais eu tenho tentado fazer. Tenho evitado até mesmo a tentativa de diálogo que se dava dessa forma. Dá um cansaço só de imaginar o desgaste que é discordar e ter de estruturar a discordância em palavras. Principalmente quando sabemos que tudo o que dizermos, por mais compreensível que possa ser, será questionado porque, no fim, as pessoas não vão querer aceitar que podem estar erradas ou que as coisas podem ter outros pontos de vista que também podem ser legítimos, sem que isso anule os seus próprios pontos de vista. Também pode haver um pouco de pretensão nessa minha atitude, confesso, de pensar que ninguém entende. Claro, não é possível entendermos algo que não foi explicado, sequer dito. É esperar pelo impossível...
Além disso, continuo com a impressão de que ninguém tá muito interessado em me ouvir, em te ouvir, somente em falar e ser ouvido. Não acho que eu seja lá muito interessante, o ou que eu possa dizer, e me canso muito facilmente quando percebo que estou falando demais, quando começo a ouvir minha própria voz enquanto falo. Pode ser que eu nunca tenha encontrado pessoas que achem o que eu falo interessante, a minha opinião relevante – ou demonstrem que elas são! – e o que falo (ou teria para falar) só pode vir do que eu vejo, do que eu leio, do que eu sinto...
Anyway... Estou com meu horário biológico todo atravessado. Não consigo dormir quando deveria (?) ou acordar no horário considerado normal (??). Meu colega aqui da república disse que eu entro em depressão nas férias/fim do ano porque minha vida gira em torno da faculdade. É bem verdade isso, não sei se quero ou poderia negar. Pois mesmo os amigos são, em suma maioria, oriundos da faculdade e, logo, saem da cidade quando de férias – muitos sequer são daqui ou se mudaram para cá devido os estudos na faculdade, como eu o fiz. E confesso que eu mesmo já teria saído da cidade se eu não estivesse trabalhando nessas férias por aqui. Mas acho que é mais do que isso, acho que é da rotina que mais sinto falta; da única rotina que sempre me acompanhou pela vida toda: a rotina “escolar”.
Eu, que há alguns posts atrás pedia por férias, não vejo a hora de ela acabar! Férias deveriam ser bimensais: a cada dois meses, uma semana de férias ou quinze dias, ou algo do tipo. Tenho uma montanha de textos para ler para escrever um projeto e um artigo, mas não encontro disposição; só funciono na pressão, com datas, prazos e cobranças. Senão... Faço como tenho feito: pego um livro de romance e leio duas páginas até pegar outro e ler somente a introdução e misturar com um artigo acadêmico que achei sem querer pela internet e que também não termino... Aí fico a navegar pela internet nessa péssima conexão que é a minha no momento, ouvindo músicas armazenadas no computador que nunca ouvi por excesso do que fazer, entrando no Facebook pelas madrugadas afora, enfim, louco de carência e solidão, desejando um diálogo que seja.
De bom, só o fato de que meu ano de 2011 foi inacreditavelmente incrível e que meu fim de ano tem sido menos doloroso do que costuma ser; tenho conseguido não me sentir tão mal como de costume nessa época. Tenho levado os dias até que razoavelmente bem. Claro, têm momentos em que caio num abismo – ou que acordo mergulhado nele! –, mas tem sido incrível como tenho conseguido me sair até que bem dele e prosseguido...
Nenhum comentário:
Postar um comentário