Na rua em que perdemos os nomes,

os passos são lentos. Parecem retornar em minha direção. Não sei se, de fato, desistira. Não pedi para que ficasse. Despedi-me por acreditar definitivo. Ao dizer adeus, algo me devolveu a despedida. Não um eco; algo único. Fixei meus olhos em sua boca na esperança de que você... Se ao menos naquele instante tivesse-me dito as palavras que nos reuniria novamente... No entanto, ficou o silêncio, diante de mim, o vazio; E os lábios selados, os mesmos lábios que tanto declararam, secos. Confrontou-me como se eu fosse um inimigo. Lembrei-me do riso solto e da bagunça dos lençóis. Tudo mudara tão de repente que nem ao menos sabia se um mero abraço ou aperto de mão, simplesmente. Éramos, agora, dois quase desconhecidos numa mesma rua. Só. A pergunta em forma de pensamento. Quando será que nos perdemos de nós?

Um comentário:

biakxu disse...

Naty, lindo o texto que vc posto hj.Descreveu um momento que eu vivi, e as ruas pelas quais passei e me emocionou.

Obrigado,

bjo