Vida,Disseram-me que a dor passaria, mas ainda não passou. Enquanto isso tenho estado seco, seco de amor - o mesmo que me fora roubado mediante a extrema felicidade. Sem ele, nada consigo dizer-lhe. De tudo o que eu deveria, ou poderia. Dizer-lhe do calor que tem feito, das chuvas de verão ao entardecer, das descobertas e reconfirmações dos ganhos... Nada me veste ou transborda. Tudo em mim é desencontro e despedida, abismo e queda, imersão. Tenho tentado reaprender ou mesmo aprender a seguir novos e velhos caminhos tendo agora, em minha bagagem, como companheira, a leva de "apesar de's" do qual tanto ouvira falar sem conseguir dimensionar sua força. Lamento imensamente que esta carta tenha tamanha carga, que seja uma carta recoberta de luto e melancolia, mas meu corpo denso me governa e minhas mãos só me permitem a transmissão desse pesar a espera do tempo, a espera do fim. Com afeto, Eu.
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