Tempo em que nada se sabia

Ouço Caetano cantar Você não entende nada e ganho certezas até então desconhecidas. “Eu quero tocar fogo nesse apartamento, você não acredita”. E a todo o momento, a todo o instante uma idéia nasce uma criança parte e eu não tenho lirismos nem poesias, somente minha cabeça pesada e cansada de lamentações e culpas. Culpas como facas me perfuram a carne e é de dentro pra fora. O reverso da vida é o corpo e o copo.
Porra!, é Caetano; e não é só isso, minha melodia minha melancolia minha monotonia. Não me tragam Chico que não trago nem cuspo; juro, não suportaria; o que desejo, grito. Todo dia (ela) faz sempre tudo igual... e o cansaço também se instala como cotidiano – não há sobras só sobras. Soçobras. Nada nos resta quando o inusitado acontecer da vida vira mágica revelada. E saudade velada do tempo em que nada se sabia.

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